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B i o g r a f i a

Nascido no interior do Paraná, na cidade de Pato Branco, mas tendo crescido no estado de Mato Grosso, ele foi revelado como goleiro pelo Sinop Futebol Clube, da cidade homônima, onde até hoje moram a maior parte de seus familiares e onde obteve seu primeiro título profissional. Com apenas 17 anos, em 1990, foi lançado pelo então técnico do Sinop, Nilo Neves, ao time profissional (neste período o garoto era o terceiro goleiro e não tinha o apoio da diretoria do clube), além disso na época ele se dividia entre o trabalho no Banco do Brasil e a prática esportiva. Sua primeira partida de futebol profissional foi no dia 15 de abril de 1990 contra o Cáceres. Pelo clube matogrossense Rogério Ceni realizou 11 partidas levando 6 gols.

O início no São Paulo
 

Foi contratado com 17 anos pelo São Paulo, em 7 de setembro de 1990, ficando com o posto de quarto goleiro. Foi vice-campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1992 na condição de reserva do promissor Alexandre, numa decisão perdida nos pênaltis para o Vasco da Gama de Valdir Bigode. Em julho de 1992, após a fatídica morte do goleiro Alexandre num acidente de carro, através de Tele Santana, Rogério Ceni subiu em definitivo para o time e foi promovido a terceiro goleiro do time profissional, Começando a ser inscrito para alguns jogos do campeonato paulista mais preciosamente no dia 20 de agosto no empate de 0x0 contra o Guarani em campinas quando sentou no banco de reservas de Zetti pela primeira vez na carreira. E sendo inscrito para a Supercopa da Libertadores daquele ano.

Rogério quando atuava no Sinop

Início da carreira no São Paulo

Em 1993 voltou para os juniores sendo campeão como titular da Copa São Paulo. Sempre se espelhando em Zetti, o jovem batalhou muito e imediatamente subiu como reserva absoluto. Nesse mesmo ano, aos 20 anos de idade fez sua estreia como profissional no dia 25 de junho de 1993, contra o Tenerife no Torneio Santiago de Compostela, pegando um pênalti na vitória do São Paulo por 4x1. Rogério Fez parte do elenco vitorioso que ganhou vários títulos, comandado por Telê Santana. Nesta fase, integrou a equipe de baixo, conhecida como "Expressinho", que conquistou o título da Copa Conmebol, em 1994. Depois de 6 anos de espera com a saída de Zetti em 1996 para o Santos, Rogério Ceni assumiu a posição de goleiro titular do time. Inicialmente, era conhecido apenas como "Rogério"; passou a ser chamado também pelo sobrenome posteriormente.

A titularidade e os primeiros gols
 

Em 1996, já com 25 anos, Rogério (ainda não conhecido pelo sobrenome "Ceni") se transformou no goleiro principal do São Paulo com a saída de Zetti para o Santos. O goleiro já havia se destacado pelas boas defesas, mas desde muito cedo apresentava um diferencial: a habilidade com os pés que era muito útil para iniciar jogadas com lançamentos longos para o outro lado do campo.

Diante do União São João, o primeiro gol da sua carreira.

 

O que poucos imaginavam, no entanto, é que essa habilidade fosse usada não apenas para criar jogadas de gol, como também para marcar alguns. Em 15 de fevereiro de 1997, depois de alguns meses de treino, ele atravessou todo o campo do Estádio Hermínio Ometto, em Araras, para cobrar uma falta contra o União São João. O olhar de reprovação do técnico interino, o próprio Muricy, durou até a bola passar pela barreira e ir parar no fundo das redes. Era o primeiro gol da carreira de Ceni.

Logo, vieram outros. Paralelamente às boas defesas, vinham os gols. Até então, o único goleiro acostumado a balançar as redes era o paraguaio José Luis Chilavert, então com 32 anos e 30 gols marcados, a maioria pelo Vélez Sarsfield. Depois de superar os goleiros de Botafogo e Paraná, os dois primeiros gols no Morumbi, Rogério marcou pela primeira vez em um clássico no dia 28 de março de 1998. E logo em cima do Santos de Zetti... Foi o gol da vitória Tricolor por 2 a 1.

Comemorando o primeiro gol da carreira

Foi no mesmo ano que ele conquistou o primeiro título com o time titular do São Paulo. Depois de bater na trave em 1997, o Tricolor se sagrou campeão do Paulistão de 98 em cima do Corinthians. E Rogério Ceni começou a ganhar de vez a admiração da torcida são-paulina que, ainda superando a perda de Zetti, encontrava novamente abaixo das traves, um ídolo. Em 1999, ele marcou o primeiro em um torneio internacional: contra o San Lorenzo, pela Copa Mercosul.

Tricolor em crise e afastamento

 

O São Paulo iniciou o Século XXI da melhor maneira possível: com títulos. Já em 2000, o Tricolor faturou o Paulistão e, em 2001, levou o Torneio Rio-SP. O começo do novo milênio, no entanto, não foi dos melhores nem para o clube, nem para Rogério. De 2001 a 2003, a ausência de títulos somada a eliminações para rivais (Corinthians no Rio-SP de 2002, na Copa do Brasil do mesmo ano, no Paulistão de 2003 e Santos no Brasileirão de 2002) ou para times de menor expressão, como na Copa do Brasil de 2003, para o Goiás.

A paciência da torcida se esgotou, a crise chegou e até protesto com pipocas atiradas no campo, houve. Para Rogério, no entanto, o pior ano da carreira foi 2001. Já se destacando, sendo inclusive convocado para a Seleção Brasileira (foi o terceiro goleiro na campanha do Penta em 2002), ele naturalmente começou a receber sondagens de outros clubes, alguns do exterior. No meio daquele ano, o Arsenal manifestou interesse em contratar o arqueiro.

O Presidente da época, Paulo Amaral, acusou o goleiro de apresentar um documento falso, forjado pelo goleiro e por seu empresário, onde o Arsenal manifestava oficialmente o interesse em contratá-lo. Amaral acusou Rogério de usar o documento como arma para conseguir um aumento salarial. Nada foi provado até hoje, o goleiro conseguiu ser indenizado por quem o acusou de ter feito essa espécie de chantagem, mas, à época, Paulo não perdoou e afastou Rogério por 29 dias. Foi, talvez, o momento em que ele esteve mais "queimado" com a torcida. Ainda assim, não demorou a dar a volta por cima.

 

 

O ano de ouro e o recorde

Comemoração do título paulista de 2000 em cima do Santos, com direito a um belo gol de falta de Rogério.

Depois da crise no primeiro semestre de 2003, o São Paulo se acertou aos poucos. Em 2004, já disputou a Libertadores, caiu na semifinal, e brigou pelo titulo Brasileiro. Não foi campeão, mas havia a expectativa por dias melhores em 2005. E assim foi. Em mais um ano inesquecível para os são-paulinos, Rogério, aos 32 anos, viveu o auge de sua carreira.

Levantando a taça da Libertadores da América em 2005.

No Paulistão, disputado por pontos corridos, o Tricolor passeou e foi campeão com duas rodadas de antecedência. Na Libertadores, o clube paulista caminhava bem e foi de encontro ao Palmeiras nas oitavas de final. No primeiro jogo, vitória por 1 a 0. No segundo, o Verdão começava a assustar quando os donos da casa, no Morumbi, tiveram um pênalti a seu favor. Rogério, que já havia marcado um gol no torneio, cobrou bem e encaminhou a classificação, sacramentada com um gol de Cicinho.

Nas quartas de final, contra o Tigres, do México, Rogério perdeu a chance de entrar para a história. O São Paulo fez 4 a 0 nos mexicanos no jogo de volta e conseguiu uma classificação tranquila, mas Ceni não saiu totalmente satisfeito. Ele marcou dois gols de falta no primeiro tempo e teve um pênalti na segunda etapa. Era a chance de ser o primeiro goleiro a marcar três gols em uma partida e ele desperdiçou, isolando a cobrança.

Com grandes defesas e um gol na semifinal contra o River Plate, Rogério comandou o grande time do São Paulo e se sagrou pela primeira vez campeão da Libertadores da América. Era so o início de um ano que o colocaria, definitivamente, entre os maiores goleiros da história do futebol brasileiro.

 

Em 14 de dezembro de 2005, ele mais uma vez fez história. Na estreia do São Paulo no Mundial de Clubes, Rogério se tornou o primeiro goleiro a marcar em uma competição organizada pela Fifa. E o gol foi fundamental, pois o São Paulo bateu o Al-Ittihad da Arábia Saudita por 3 a 2. Quatro dias depois, a missão era ainda mais difícil: bater o todo poderoso Liverpool, da Inglaterra, o campeão europeu.

O São Paulo encontrou o gol logo aos 20 minutos, com Mineiro e, a partir daí, o que se viu foi um bombardeio inglês. Foram 70 minutos de intensa pressão e de uma das maiores atuações de um goleiro na história do futebol. Com uma sequência impressionante e inacreditável de defesas dificeis, Rogério parou Gerrard e cia e garantiu o tri Mundial, sendo eleito o melhor jogador do torneio.

Foi a última Libertadores vencida por São Paulo e Rogério, mas nem de longe foi a última conquista. Em 20 de agosto de 2006, o São Paulo foi até o Mineirão enfrentar o Cruzeiro em uma partida pelo Campeonato Brasileiro. Era um jogo importante para o campeonato, mas a expectativa era mesmo para a possível quebra do recorde de Chilavert, já aposentado. Ceni já havia marcado 64 vezes, uma a menos que o paraguaio e, ainda no primeiro tempo, igualou e superou o pioneiro na categoria de goleiros que fazem gols. O São Paulo empatou em 2 a 2 e seu goleiro se tornou, isoladamente, o maior goleador da posição.

Mundial de Clubes 2005

Tri brasileiro e o gol 100
 

De 2005 até 2008, levantar taças deixou de ser algo esporádico para Rogério Ceni. Com ele no gol, defendendo, e no ataque, marcando, o Tricolor foi tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008, o que o transformou no maior campeão da competição se não unificarmos os títulos da Taça Brasil e do Robertão.

Tricampeonato brasileiro

Houve, no entanto, momentos ruins e dolorosos. O maior deles, foi na final da Libertadores de 2006, contra o Internacional. Depois de uma grande exibição contra o Chivas, do México, na semifinal, ele viu o São Paulo ser derrotado em casa no primeiro jogo da final, 2 a 1. No jogo de volta, ele falhou no primeiro gol do Inter. Em um cruzamento simples, soltou a bola nos pés de Fernandão. Aquele gol, mais tarde, faria a diferença no empate em 2 a 2 e daria aos gaúchos o título inédito no torneio Continental.

Meses antes, ele havia jogado como titular pela Seleção Brasileira nos minutos finais da partida contra o Japão, pela fase de grupos da Copa do Mundo. Foi sua última passagem pelo selecionado nacional. Pelo São Paulo, contudo, continuou brilhando e sendo peça fundamental das conquistas do time. Nos anos seguintes, ele ainda ficaria, em algumas oportunidades, afastado do elenco titular por conta de lesões.

 

No ano de 2006 foi condecorado com o troféu de ouro concedido para o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro, juntamente com o troféu de melhor jogador do campeonato, prêmios concedidos pela CBF em grande festa realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2007, voltou a receber o prêmio de Melhor Goleiro do Campeonato Brasileiro, além de Craque do Brasileirão e Craque da Torcida, todos concedidos pela CBF.

 

Rogério entrou três vezes na lista dos dez melhores goleiros do mundo, elaborada anualmente pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), entidade com sede na Alemanha. Em 2005 foi o nono colocado, em 2006 ficou na sexta colocação e em 2007 ficou na quinta colocação.

 

Foi indicado ao prêmio Bola de Ouro, da revista France Football, em 2007, sendo o primeiro jogador atuando na América do Sul a concorrer ao prêmio, mas acabou ficando em um vigésimo sétimo lugar. Depois dele Neymar foi indicado ao prêmio Bola de Ouro da FIFA em 2011, sendo o segundo a ser indicado pela France Football e o primeiro a ser indicado pela FIFA.

 

Aos poucos, a boa fase do Tricolor acabou e os títulos não mais vieram. Em 2011, porém, ele mais uma vez entrou para a história. Desde o início do ano, crescia a expectativa pelo gol 100. Considerando os dois gols em amistosos não-oficiais, ele havia marcado 95 vezes no final de 2010. Os gols contra Mogi Mirim, Linense, Portuguesa e Paulista de Jundiaí no Paulistão, o levaram a 99.

Em 27 de março de 2011, São Paulo e Corinthians se enfrentaram em Barueri pelo Paulistão. O São Paulo vencia por 1 a 0, já no segundo tempo, quando surgiu uma falta na intermediária. A torcida pediu e lá foi ele, que havia vazado o Timão apenas duas vezes na carreira. Rogério partiu, bateu por cima da barreira e Julio César não alcançou. Era o gol 100 em cima da maior rival. Para quem insistia em dizer que era o 98, por conta dos dois em jogos não-oficiais, o centésimo veio em cima do Bahia, pelo Brasileirão, em 4 de agosto do mesmo ano.

 

Sequência de imagens mostrando o centésimo gol

Os últimos anos: crises, título internacional e proximidade da aposentadoria

 

A partir de 2010, o São Paulo voltou a se afastar da briga por títulos de grande expressão. Em 2010 e 2011, o máximo que o clube conseguiu foi chegar às semifinais da Libertadores, novamente eliminado pelo Inter. Em 2012, em mais um ano que não parecia ser dos mais promissores, o Tricolor engrenou na Copa Sul-Americana e foi campeão. Nesse jogo, Rogério mais uma vez mostrou porque é tão ídolo. Era a despedida do garoto Lucas, craque do time na temporada e que havia sido vendido ao PSG. Na comemoração, após o anúncio do W.O. do Tigre-ARG, que não voltou para o segundo tempo alegando ter apanhado da PM que trabalhava no Estádio (o jogo estava 2 a 0 para o São Paulo e a ida havia sido 0 a 0), ele não titubeou: passou a faixa de capitão para Lucas e deu a ele a honra de levantar a taça.

 

Em 2013, aconteceu de tudo. Após uma eliminação traumática nas oitavas de final da Libertadores, o clube chegou a ficar na lanterna do Brasileirão e Rogério, que não tinha um relacionamento dos melhores com Ney Franco, acompanhou a chegada de Muricy salvar o clube do rebaixamento.

 

Seu profissionalismo e dedicação ao clube e o carisma que tem junto a torcida são destaques que marcam a carreira do jogador, e determinantes para ter recebido o slogan: "Todos têm goleiros, só nós temos Rogério Ceni".

 

2014 foi um ano de "reconstrução" do São Paulo. O time brigou até o fim pelos títulos do campeonato brasileiro e da Copa Sulamericana. O bom momento do time e de Rogério Ceni o fizeram repensar sua decisão,  já que inicialmente havia planejada encerrar a carreira de jogador ao final desta temporada.

Rogério e Lucas com o troféu da Sulamericana

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